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Excesso jogos eletrônicos, internet, telas na rotina das crianças.

  • Foto do escritor: Francine Longhi
    Francine Longhi
  • 26 de mai.
  • 6 min de leitura



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Muitos profissionais da saúde vêm se preocupando, e com muita razão, com a exposição exagerada e com os efeitos negativos do excesso do uso das mídias eletrônicas na infância.  


São muitos os prejuízo que a criança pode vivenciar quando permanece muito tempo jogando ou passivamente consumindo conteúdos pela TV ou pela internet. Entre eles podemos citar a Obesidade, distúrbios do sono, atraso no desenvolvimento e problemas de comportamento.


A obesidade pode ser uma consequência da exposição exagerada em frete a TV e eletrônicos pois a criança está sem movimentar seu corpo, sem praticar atividade física alguma e também porque os conteúdos que a criança está assistindo pode incitar ao consumo inadequado de alimentos. As crianças são muitos vulneráveis as propagandas e anúncios publicitários. E isso também faz com que a criança fica estimulada ao consumo exagerado.


São brinquedos associados a lanches, sorrisos estampados em biscoitos recheados entre outros apelos publicitários que estimulam a criança a buscar alimentos pouco nutritivos e além disso, excitam a criança em adquirir aquele brinquedo da moda, a casinha de boneca que aparece nos desenhos....

 

Outro prejuízo é em relação ao sono - O excesso de exposição da criança à essa era digital, interferem tanto no tempo quanto na qualidade do sono das crianças. São vários os fatores que causam isso entre eles, o engajamento em excesso às atividades frente à tela atrasa o início do sono e interferem no tempo total de repouso.


Outro fator é o psicossocial, uma vez que alguns conteúdos podem interferir no momento em que a criança precisa se deitar ou manter-se dormindo. Cenas de violência ou de terror, dependendo da fragilidade individual de cada um ou mesmo em determinadas faixas etárias, podem tirar a tranquilidade de algumas crianças.


Outro fator é a exposição à luminosidade dos eletrônicos. Estar exposto duas horas antes do sono à luminosidade dos tablets, por exemplo, reduz a produção da melatonina e interfere no ciclo de sono e de vigília da criança.


Sobre o atraso no desenvolvimento e o tempo de tela, sabemos que que para um desenvolvimento neuropsicomotor saudável, é muito necessário a estimulação. A partir do momento em que a criança principalmente antes dos 18 meses de idade, deixa de ser estimulada de maneira criativa e deixa de se movimentar por conta da fixação pela tela, é inevitável que ela terá algum prejuízo em relação ao seu desenvolvimento.


Estimulação e criatividade está em interagir com a criança, conversar com ela, apresentar desafios a ela e fazer com que busque soluções, o que muitas vezes os programas de TV ou os vídeos não propiciam. Além disso a criança precisa de outra pessoa para interagir e não de uma máquina que a seduza o tempo todo sem que ela possa interferir no conteúdo.


Um bebê em uma cadeirinha com um tablet nas mãos, cercado por biscoitos, por horas e horas certamente não alcançará os marcos de desenvolvimento tal como se espera. Mais e mais crianças têm apresentado atraso na linguagem pura e simplesmente por falta de estímulo.


Outro problema que interfere no desenvolvimento é a ausência de atividade física. Toda criança precisa explorar o ambiente, usar todos os seus sentidos para que o cérebro possa ser estimulado e novas conexões neurais formadas e consolidadas. Sendo assim, correr, pular, se equilibrar em um pé só, descobrir o seu limite ao tentar escalar um objeto são fundamentais para que a criança compreenda noções de espaço, envolvendo a memória, o planejamento e a orientação, por exemplo. Uma criança sentada a maior parte do tempo frente a um eletrônico perderá momentos preciosos para a consolidação de importantes funções cognitivas e executivas.

 

As crianças também podem apresentar problemas de comportamento quando expostas muito tempo em frente a uma tela. Perda de foco ou de interesse nos estudos estão fortemente associados nesses casos. Não dá para imaginar uma criança que não se desliga do seu tablet estudando regularmente.


Outra questão comum no dia-a-dia envolve a realização de várias tarefas ao mesmo tempo. TV ligada, fones no ouvido, teclado a mil respondendo mensagens e um livro aberto.

Frustrações e irritabilidade quando perdem no jogo, ou simplesmente quando a rede de internet deixa de funcionar por segundos são cada vez mais visíveis. Verdadeiras explosões, inimagináveis e por vezes incontroláveis.


Crianças e adolescentes não toleram pequenas frustrações e desenvolver essa "habilidade" é muito importante para um desenvolvimento saudável. Esconder-se horas e horas atrás de um computador pode ser um sintoma de ansiedade ou de depressão.


A dificuldade em se consolidar amizades reais e a dependência da aprovação no mundo on-line, elevam o componente de preocupação, de insegurança e de medo por parte principalmente de adolescentes.


Outra preocupação é a dependência.

Dependência tal qual aquela já estudada por álcool, cigarro e por outras drogas. Jovens cada vez mais ligados aos seus jogos, que não saem de seu quarto, que mal se alimentam, que não vivem... E pais desesperados por ajuda, muitas vezes tardiamente.


Diante disso vem a pergunta quais são as atitudes a serem tomadas? O que os pais podem fazer?


Nosso tempo é um tempo acelerado, pai, mãe com muitos afazeres, parece que nunca temos tempo para nada, assim que muitas vezes o mais fácil é acalmar o filho que chora colocando um tablet na sua frente, não é mesmo? Ou quando estamos em um restaurante e a criança não para de incomodar, ao invés de impor um limite através da autoridade é mais sutil dar a ela nosso celular para que ela jogue seu jogo favorito e assim se acalme. Talvez hoje em dia estas estão sendo as soluções mais comuns. Parece até que a autoridade dos pais está sendo substituída pela sedução das telas.


Ser pais nunca foi uma tarefa fácil, não é, e acredito que nunca será algo simples e fácil de fazer. O mais importante é que os pais se comprometam e se responsabilizem pela educação dos seus filhos. E é muito sério o que pode acarretar, quanto aos prejuízos no desenvolvimento, as crianças expostas por tanto tempo às mídias eletrônicas.   


Vou citar algumas recomendações e orientações da Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pediatria:


  • A primeira orientação diz respeito à idade mínima para que a criança tenha contato significativo com a era digital. Pais e cuidadores devem evitar o contato com os meios digitais pelas crianças com menos de 1 ano e meio de idade.

  • Entre 18 e 24 meses deve-se optar por programas com qualidade satisfatória para a idade da criança e os pais devem assistir junto. Não deixar a criança sozinha e os pais irem fazer outras coisas.

  • Deve-se interagir com a criança, ajudá-la a compreender o que está assistindo, e aqui uma dica nossa: fazer pausas com perguntas simples como por exemplo: - Que animal é esse? Qual é a cor do gatinho? O que ele está comendo? Você gostou de qual personagem? Enfim, interação com a criança, explorando o conteúdo assistido.

  • Outro cuidado envolve o tempo de exposição à tela, que deve ser respeitado conforme as etapas do desenvolvimento.

  • Crianças entre 2 e 5 anos de idade, independentemente da qualidade do material ao qual elas serão expostas, devem permanecer no máximo 1 hora em contato com as mídias.

  • Para as crianças com mais de 6 anos de idade, o tempo de exposição, assim como a qualidade do que lhes é oferecido, não deve prejudicar o sono, nem limitar as atividades e muito menos causar prejuízo em relação ao comportamento.

  • É preciso estimular a realização de atividades em família sem a presença de eletrônicos. Passeios, rodas de conversa ou de leitura, momentos em que as refeições são realizadas não devem ser acompanhados pelas mídias.

  • Outra questão: os quartos das crianças não devem contemplar TV ou computadores, visto que as crianças são mais vulneráveis às influências negativas e até mesmo perigosas do que é consumido através da mídia digital. Assim, o uso dos aparelhos deve acontecer sob o máximo de supervisão.

  • Já os adolescentes não devem ficar isolados em seus quartos por longos períodos de tempo. A realização de qualquer atividade física deve ocorrer obrigatoriamente por pelo menos uma hora ao dia, quebrando a sequência de tempo frente às telas.

  • Outra recomendação diz respeito à exposição precoce a conteúdos inadequados, que incentivam o consumo inadequado de alimentos, que incentivam o consumo de álcool e de outras drogas, que incitam a erotização e sexualidade, que propiciam o contato com pedófilos ou outras formas de abuso ou de violência.

  • Orientar os filhos sobre os cuidados em acessar a internet e instalar configurações de segurança, orientá-los a não postar fotos ou informações pessoais e a não se expor em webcam é de suma importância.

  • Monitorar o comportamento social dos filhos na internet, baseado em preceitos éticos, ao se exigir linguajar e atitudes adequadas, sem cunho violento, discriminatório ou opressor também é muito importante para um uso saudável das mídias sociais.


Enfim, entendemos que todas as recomendações passam por uma presença maior dos pais no dia a dia dos filhos.

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Psicóloga Francine Longhi - 2025

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